O violonista taquarense Mariano Telles, atualmente residente em Porto Alegre, está com um projeto de financiamento coletivo para o seu novo CD, intitulado “Ária Metropolitana”. O material foi gravado através de um edital para a utilização do estúdio Geraldo Flach, que seleciona artistas que almejam gravar seu primeiro disco. Porém, este edital cobriu apenas as etapas de gravação. Mariano conta que isso não é o suficiente para que um disco “possa acontecer” e, por isso, lançou uma campanha de financiamento coletivo para a pós-produção, que envolve a fabricação do disco físico bem como o show de lançamento.

Nascido e criado em Fazenda Fialho, no interior de Taquara, o músico se mudou há seis anos para Porto Alegre, onde diz que se descobriu um “bicho urbano”. “Carrego essa dicotomia comigo. Essa é uma das principais pontes que o álbum propõe, a conexão entre uma música mais regional/interiorana/tradicional com uma música mais cosmopolita/urbana/contemporânea”, conta Mariano.
“Outro elemento marcante no álbum é a conexão proposta entre o mundo da música erudita e o da música popular. Isso é algo natural para mim, pois minha formação passa tanto pelo estudo do violão clássico, que foi algo decisivo na minha trajetória, como pela vivência na música popular, que foi meu impulso inicial na música e algo sempre presente. Em todos esses anos me dedicando à música eu fui de bandas de rock a grupos de samba, solei com orquestra, acompanhei cantores, fiz muita música de câmara, além de dar muita aula para todo o tipo de aluno, então isso tudo acaba se refletindo no meu jeito de criar”, comentou.

Mariano diz que a característica que mais chama a atenção no disco é a instrumentação, com misturas de sonoridades. “O instrumento que escolhi para me expressar artisticamente é o violão, porém sempre quis que ele dialogasse com diferentes timbres, navegasse por muitos ambientes e atmosferas. Eu imaginei um disco que fosse conduzido por uma sonoridade mais acústica, com uma performance mais orgânica, mas que dialogasse com elementos eletrônicos e processamentos”, ressalta.
Sobre a campanha de financiamento, Mariano conta que é o método mais usual, atualmente, para financiar um projeto, justamente pela proximidade que cria entre o artista e o público. “Nele o público deixa de ser um mero espectador e vira um participante ativo do projeto, contribuindo com um valor e ganhando recompensas em troca. Ao invés dele consumir o trabalho somente depois de pronto ele contribui durante o processo e ajuda o artista a realizá-lo”, reforça.
Para contribuir, o público pode acessar a página de Mariano no Catarse, onde há todas as informações do projeto e a meta R$ 9.540,00. Há várias faixas de contribuição, e todas elas o público ganha recompensas. Faltam 14 dias para o restante da campanha, que segue até 5 de outubro. Na segunda-feira, em entrevista ao programa Painel 1490, da Rádio Taquara, Mariano contou que, atualmente, ainda vem seguido a Taquara. Todos os sábados, participa de um projeto comunitário que oferece aulas de música.
Apoie o projeto no Catarse:
Ouça uma das faixas do trabalho: